“Construir naquele local é
contra todos os princípios da estabilidade”, comentou José
Carlos Vasques acerca do futuro edifício administrativo
No
último Encontro de 5ª Feira do Grupo dos Amigos de Lagos, José
Carlos Vasques contou a história dos antigos Paços do Concelho e,
tal como os demais presentes, discordou da localização do futuro
edifício dos Serviços Municipais, cuja obra foi anunciada para o
próximo ano.
Serviu de base ao
encontro o seu estudo “os Paços do Concelho e os passos que a Câmara
deu…”. Quantos se deslocaram à Biblioteca Dr. Júlio Dantas
ficaram a saber que, antes do terramoto de 1755, os serviços
administrativos municipais funcionavam onde hoje é a Messe Militar
e que, depois de ter “passado provisoriamente por casas
particulares, na Rua Cândido dos Reis e na Vedoria”, se foram
instalar onde ainda hoje são os Paços do Concelho, “sobre uma
parte da muralha e outra parte da Porta de S. Roque”. Depois do
sismo de 1969, enquanto decorreram obras de reparação, também
funcionaram no “Quartel de S. Gonçalo”.
Quanto ao futuro,
lembrando que “os antigos diziam que, no rio, não plantes vinha,
nem olival, nem construas casario”, José Carlos Vasques lamentou
que tenha recaído sobre “um terreno de fraca consistência e sob
influência das marés” a escolha para edificação do novo edifício
dos Serviços Municipais. Um dos presentes, membro da Assembleia
Municipal, esclareceu que “embora noutro sítio, o edifício saísse
mais barato, compromissos assumidos tornam quase impossível voltar
atrás”. Será por isso que aquele órgão autárquico se recusou
a propor à Câmara que analisasse outras hipóteses para a sua
construção em terrenos municipais.
Estes encontros do
Grupo dos Amigos de Lagos são um espaço mensal de reflexão e
debate sobre assuntos de actualidade regional e local. No dia 2 de
Novembro e em paralelo com o “Festival dos Descobrimentos”, será
abordado o tema “Lagos e o Infante D. Henrique”.