Exposição  14 de Junho a 18 de Julho de 2008

"O Jogo da Rampa"

tradicional da Aldeia da Senhora do Forte

 

Pelo quarto ano consecutivo, a exposição do mês de Junho é dedicada à Aldeia da Senhora do Forte, o pequeno aglomerado algarvio criado por Pedro Reis, num trabalho que durou 3.500 horas, ao longo de três anos e meio e que, em 1993, foi doado ao Museu de Lagos, onde pode ser visitado diariamente.

De há três anos para cá, a totalidade do texto, retirado da monografia escrita por Pedro Reis, e os desenhos da exposição, feitos propositadamente por Tolentino de Lagos, estão também publicados em livro, oferecido aos participantes na Festa de Aniversário da Aldeia.

Esta é a nossa homenagem.

A. M. Cristiano Cerol

 

 

 

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Texto de PEDRO REIS

Desenhos de TOLENTINO DE LAGOS

 

Catálogo

O Jogo da Rampa

 

Este jogo é realizado uma vez por ano, pela altura da festa da Senhora do Forte, que tem lugar a 15 de Fevereiro e consta da subida da rampa do Forte por oito rapazes solteiros que, depois do rebentamento dum morteiro, sobem a dita rampa e vão procurar um minúsculo papel que se encontra escondido no terraço do referido Forte, incluindo as guaritas e no qual está escrita uma senha que lhes vai servir para encontrarem uma rapariga também solteira e que com eles não pode ter qualquer grau de parentesco, o que é verificado pelo júri, após a inscrição dos oito jovens.

     

Chegados ao Forte, em volta do qual o Povo assiste, o rapaz tem de abrir uma das portas que dão acesso ao interior do mesmo, com uma chave que ela guardava e que lhe deu ao transmitir a referida senha.

Aberta a porta, ela acompanha-o e ele tem de encontrar uma veste branca de noiva que está guardada num baú, num lugar desconhecido, dentro do Forte.

Encontrada a veste, entrega-a, sai e espera à porta que ela apareça, já desembuçada e vestida de noiva.

   

Assim que esta se apresenta, é saudada por todos e é-lhes apresentado pelo júri um prémio, que de ano para ano varia, sendo este entregue a ambos. Depois, o rapaz dá-lhe um beijo na face, dizendo a seguinte quadra:

A brincar te encontrei.

E de noiva estás vestida!

Será que eu agora achei

A mulher da minha vida?!

 

17.30 horas, Solene Procissão com a Veneranda Imagem da Senhora do Forte, padroeira da aldeia, que é levada pelos pescadores e homens que sofreram naufrágios.

Bênção dos barcos e do mar. Ao recolher, sermão junto da Capela. Acompanha esta Procissão a Banda Local, “Lira do Forte”.

    

Este aglomerado de casas branquinhas, sobranceiras ao mar, dá-nos, ao longe, uma visão agradável, venhamos nós de que quadrante viermos. As suas praias limpas e douradas; as suas rochas a pique e de recortes suaves; as suas ruas antigas; as casas encimadas por belas chaminés; as açoteias ladrilhadas e muitas outras coisas, dão-lhe uma imagem de luz e cor, que nos deslumbra. O azul do mar a seus pés; ao fundo os campos bem tratados, com vários tons de verde; ao longe a Serra de Monchique; tudo isto sob o céu de um azul inigualável,merece, só por si, uma visita. 

Aspirações da População:

Construção de um cemitério maior, noutro lugar, fora da aldeia.

Construção de uma Pousada da Juventude.

Criação dum Posto da Guarda Republicana.

Construção de um Ginásio novo e maior do que o actual.

Mudança da Estação de Tratamento de Esgotos para um lugar exterior à aldeia, bem como da Bomba de Gasolina.

Elevação da aldeia a vila.

 

 

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ALDEIA DA SENHORA DO FORTE

o Forte da Sapata

 

 

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