Exposição 13 de Maio a 2 de Junhode 2007 | ||
"O Maio e as Maias" A exposição “O Maio e as Maias” é uma colectânea de fotografias e de informação vária acerca do mês de Maio e da tradição das Maias. As fotografias foram colhidas na exposição que a Junta de Freguesia de S. Sebastião promoveu este ano, no Mercado da Avenida, em Lagos e a informação refere-se à lenda do mês que há-de vir, à tradição de armar as Maias, à história do Dia do Trabalhador e às flores, os provérbios, a poesia e as efemérides de Maio.
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Catálogo
Aqui,
os Maios (Mayos, em Espanha) são bonecos representando pessoas,
em tamanho natural, vestidos e calçados com a nossa roupa, aprontados tal como
as pessoas, em atitudes humanas normais, isolados ou em conjunto, representando
cenas do quotidiano (passado ou actual).
No
primeiro dia de Maio de madrugada, estas figuras (quase sempre realizadas
durante a noite de 30 de Abril), são colocados nas portas, varandas, jardins,
quintais, ruas, largos, etc.. Junto de cada boneco ou sobre o próprio, estará
(ou não) colocada a sua fala. Por vezes, haverá também uma descrição ou
narrativa (especialmente nas cenas). Estas narrativas, ou mesmo o dizer
de cada boneco, tomam por vezes a forma de versos.
Os bonecos, as cenas, os dizeres e as narrativas, quase sempre bem
revestidas de humor, têm muitas vezes um sentido crítico, outras vezes satírico
(em especial quando há motivo para isso, na comunidade local, regional,
nacional ou mesmo internacional), mas a maioria das vezes são apenas uma
celebração saudável do quotidiano.
PROVÉRBIOS
A melhor cepa, Maio a deita.
A velha, em Maio, come castanhas ao borralho.
Em Maio, a chuvinha de Ascensão dá palhinhas e dá pão.
Em Maio, a quem não tem, basta-lhe o saio.
Em Maio, até a unha do gado faz estrume.
Em Maio ainda os bois estão oito dias ao ramalho.
Em Maio de calor, a todo o ano dá valor.
Em Maio deixa a mosca o boi e toma o asno.
Em Maio espetam-se as rocas e sacham-se as hortas.
Em Maio, nem à porta de casa saio.
Mês de Maio, mês de flores, mês de Maria, mês dos
amores.
Em Maio, passarinho em raio.
Em Maio verás a água com que regarás.
Maio chuvoso, ano formoso.
Maio claro e ventoso, faz ano rendoso.
Maio hortelão, muita palha e pouco grão.
Maio jardineiro, enche o celeiro.
Maio o deu, Maio o leva.
Maio pequenino, de flores enfeitadinho.
Quando em Maio arrulha a perdiz, ano feliz.
Quem em Maio relva não tem pão nem erva.
http://web.rcts.pt/~pr1085/Prov/Amaio.htm
O Dia
do Trabalhador (no Brasil também chamado Dia do Trabalho) é celebrado
anualmente no dia 1 de Maio em numerosos países do mundo, sendo feriado
nacional em muitos deles.
No dia 1 de Maio de 1886
realizou-se uma manifestação de trabalhadores nas ruas de Chicago nos Estados
Unidos da América. Essa manifestação tinha como finalidade reivindicar a redução
da jornada de trabalho para 8 horas diárias e teve a participação de centenas
de milhares de pessoas. Nesse dia teve início uma greve geral nos EUA. No dia 3
de Maio houve um pequeno levantamento que acabou com uma escaramuça com a polícia
e com a morte de alguns protestantes. No dia seguinte, 4 de Maio, uma nova
manifestação foi organizada como protesto pelos acontecimentos dos dias
anteriores, tendo terminado com o lançamento de uma bomba por desconhecidos
para o meio dos policiais que começavam a dispersar os manifestantes, matando
sete agentes. A polícia abriu então fogo sobre a multidão, matando doze
pessoas e ferindo dezenas. Estes acontecimentos passaram a ser conhecidos como a
Revolta de Haymarket.
Três anos mais tarde, a 20
de Junho de 1889, a segunda Internacional Socialista reunida em Paris decidiu
por proposta de Raymond Lavigne convocar anualmente uma manifestação com o
objectivo de lutar pelas 8 horas de trabalho diário. A data escolhida foi o 1º
de Maio, como homenagem às lutas sindicais de Chicago. Em 1 de Maio de 1891 uma
manifestação no norte de França é dispersada pela polícia resultando na
morte de dez manifestantes. Esse novo drama serve para reforçar o dia como um
dia de luta dos trabalhadores e meses depois a Internacional Socialista de
Bruxelas proclama esse dia como dia internacional de reivindicação de condições
laborais.
A 23 de Abril de 1919 o
senado francês ratifica o dia de 8 horas e proclama o dia 1 de Maio desse ano
dia feriado. Em 1920 a Rússia adota o 1º de Maio como feriado nacional, e este
exemplo é seguido por muitos outros países.
Em Portugal, só a partir de Maio
de 1974 (o ano da revolução do 25 de Abril) é que se voltou a comemorar
espontaneamente o Primeiro de Maio. Durante o Estado Novo este dia
tinha a denominação de Dia do Trabalho e era organizado e controlado
pelo Estado.
http://pt.wikipedia.org/wiki/Dia_do_Trabalhador
Dias Internacionais
(observados pelo sistema das
Nações Unidas)
03
Maio - Dia do Sol (Programa das Nações Unidas para o Ambiente)
03
Maio - Dia Mundial da Liberdade de Imprensa (UNESCO)
15
Maio - Dia Internacional das Famílias
17
Maio - Dia Mundial das Telecomunicações (União Internacional das Telecomunicações)
21
Maio - Dia Mundial para o Desenvolvimento Cultural
21
Maio - Dia Mundial da Diversidade Cultural para o Diálogo e o Desenvolvimento
22
Maio - Dia Internacional da Biodiversidade
25
Maio - Dia de África
29
Maio - Dia Internacional das Forças de Manutenção da Paz das Nações Unidas
31
Maio - Dia Mundial do Não-Fumador (Organização Mundial de Saúde)
Maio,
Maduro Maio /
Zeca Afonso
Maio
maduro Maio
Quem
te pintou
Quem
te quebrou o encanto
Nunca
te amou
Raiava
o Sol já no Sul
E
uma falua vinha
Lá
de Istambul
Sempre
depois da sesta
Chamando
as flores
Era
o dia da festa
Maio
de amores
Era
o dia de cantar
E
uma falua andava
Ao longe a varar
Maio
com meu amigo
Quem
dera já
Sempre
depois do trigo
Se
cantará
Qu’importa
a fúria do mar
Que
a voz não te esmoreça
Vamos
lutar
Numa
rua comprida
El-rei
pastor
Vende
o soro da vida
Que
mata a dor
Venham
ver, Maio nasceu
Que
a voz não te esmoreça
A turba rompeu
AS
MAIAS
Todos os anos no “último
de Abril” as pessoas continuam a fazer questão de arranjar o seu ramalhete de
giestas amarelas para colocarem nas portas ou janelas e assim cumprirem a
tradição: apanhadas, compradas ou dadas “as maias” não podem faltar e
devem colocar-se antes da meia noite.
“Para que haja fartura”, “para espantar o carrapato”, “ contra
o mau olhado” , “contra as bruxas”... Tudo isto ouvi eu ontem
quando fazia a ronda no bairro, manhã de sábado e de sol, puxando a conversa.
No prédio, a vizinha, tinha-me prevenido:”Já lá tenho para si também, se
quiser!”
É da Beira-Alta a quadra
que José Leite de Vasconcelos trancreve nos seus apontamentos sobre os costumes
tradicionais ligados ao 1º de Maio, mas também por cá se poderia pois cantar:
«A flor da giesta / Quem a
tem logo a empresta / A flor da cana / Quem a tem logo a apanha.»
Escreve Leite de
Vasconcelos:
«(...) As Maias
propriamente ditas constam de duas partes: o enramalhamento das portas e o
Maio-moço. Tratemo-las em separado.
1- No primeiro de Maio, no
Douro, Beira-Alta, Minho, etc. enfeitam-se as portas das casas com ramos de
giestas amarelas, chamadas Maias, que aqui no Porto são vendidas pelas ruas no
último de Abril.
O povo dá estes costumes
duas explicações, conforme eu disse num folhetim inserto n a Vanguarda, nº20
de 1880 (...): a) Quando a Virgem foi para o Egipto deixou pelo caminho muitos
ramos de giesta para não se enganar na volta; b) Quando Jesus Cristo nasceu, os
judeus procuraram-no para o matarem, e, como soubessem que ele estava numa casa,
colocaram-lhe à porta um ramo de giesta, afim de no dia seguinte o prenderem.
Nesse dia, porém, todas as casas da povoação apareceram marcadas, e os judeus
não puderam dar com ele.
Em Vermoil, o costume sofre
uma modificação: as cortes de gado são enfeitadas com ramos de carvalho, ao
que chamam “maiar o gado”. (Junho de 1882)»
In As maias: costumes populares
portuguezes: carta ao illustre folklorista hispanhol o Sr. D. F. Rodrigues
Maria, José Leite de Vasconcelos.- Barcelos: [s.n.], 1882. - Extr. do
“Tirocinio”
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Fotografias obtidas na exposição
Autores
dos trabalhos:
Deolinda
Bravo
Glória
Pacheco Norte
Biblioteca
Escolar EB1 nº 1 de Lagos
Jardim
de Infância Ameijeira e Meia-Praia – Agrupamento Horizontal nº 2
Escola EB1/JI Ameijeira
Grupo Biblioman-Tic/BE
Escola
EB1 nº 2 de Lagos
o
A Junta de Freguesia de S. Sebastião tem mantido a tradição das MAIAS em Lagos
http://www.ssebastiao.lagosdigital.com/
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